Gente grande.

Combater o natal aqui em casa em casa eh uma batalha perdida. Mal passou o Halloween e ja tive que segurar marido pra impedi-lo de comecar a pendurar meias na lareira.

Hoje finalmente, me rendi ao ineitavel, e me uni a ele para decorar nossa primeira e recem-saida da caixa arvore de natal. Passamos a tarde escolhendo pingentes, decoracoes, luzinhas. ao chegar em casa, ligamos o radio e gastamos horas escolhendo onde cada enfeite iria ficar.

Com o orcamento restrito, e experiencia zero em decoracao natalina, o resultdo eh o de menos. Mas a experiencia foi incrivel. Escolhendo pingentes e pendurando anjinhos, me dei conta da situacao: aqui estou eu, escolhendo enfeites que farao parte da nossa festa de Natal, e estarao presentes, nos proximos anos, da vida nova que iremos formar. A primeira tradicao da minha recem-formada familia.

Ao ver a arvore terminada, senti no peito uma pontinha de orgulho. Olha so pra mim, com a minha propria arvore de Natal. Finalmente virei gente grande!

Caipirices em Dublin - Caipirices culinarias.

Muita gente que chega na Irlanda diz que tem dificuldade pra se adaptar com a comida, ja que por aqui conceito de tempero eh basicamente adicionar pimenta nas coisas (e ignorar o sal). Eu no comeco estranhei um pouco tambem, mas no fim das contas acabei acostumando. E acho ate educacao fazer questao de conhecer tudo, tentar de tudo, antes de torcer o nariz.

Uma coisa que irlandes adora e eu super apoio eh comer torta. Torta de peixe, torta de frango, torta de tudo, na maioria das vezes coberta ou servida (ou as duas coisas, ate) com pure de batata, que eh pra dar um "sabor local" pro prato. E u sempre adoro todas. Alias, entre minhas novas comidas favoritas esta a tradicionalissima comida de pub Torta de File com Guinness.

E foi assim que, tentando impressionar o sogro e mostrar que ja sou praticamente local, num dos nossos primeiros jantares juntos pedi como entrar uma ". Pra quem nao sabe, a traducao de mince eh carne moida, e quando vi no cardapio que tinha essa torta no cardapio ja fiquei toda animada: minha avo sempre me fazia carne moida com pure de batata e CERTEZA que vou arrasar como irlandesa desde criancinha pedindo esse prato.

Marido (entao namorido) ainda tentou me avisar: tem certeza que vai pedir isso? Nao vai estranhar?

- Que nadaaaa bobo, no Brasil a gente come isso na casa da avo!

Quando chegou a minha torta, que linda, toda fofinha e douradinha. Ataquei com gosto. So pra descobrir que na verdade, a tal da mince pie eh uma torta de fruta. DOCE. Meio doce, alias, porque aqui nada eh doce. Nao so eu ODEIO comer fruta na comida, mas tambem aquilo me pegou completamente de surpresa!

Que feijao doce ou linguica frita que nada! Meu maior trauma culinario aqui na ilha verde foi aquela primeira mordida de torta de fruta disfarcada de comida normal!

Aos interessados em boas normas de comportamento, cuspir no prato na frente do sogro eh um grande NAO nas regras de etiqueta. Acreditem, eu sei!

A Esperanca eh a ultima que congela.

Depois de dois invernos congelando nessa terra gelada, ja virei gata escaldada congelada e conforme chegava o fim do ano ja fui me preparando para o pior: segundo especialistas o inverno este ano sera pior do que os anteriores, e deveriamos estar preparados para ainda mais neve (e mais transtornos).

Assim sendo, ja me muni os basicos para enfrentar o frio: botas de neve, ear muffs, gorros, cacheois, esquis, tudo para nao passar aperto quando a neve chegar.

E ai que ja eh meio de novembro, e estou aqui escrevendo este blog no meu pijaminha de flanela, janela aberta, aquecedor no off. La fora, confortaveis 14 graus! E do "inverno mais rigoroso da historia", nem sinal.

Ai, como boa brasileira que nao desiste nunca, ja comeco a cria esperancas... sera?? Sera que desta vez o inverno passa sem tanto perrengue? Sera que nem vou precisar do meu super casaco/burca que so deixa de fora meus olhinhos lacrimejantes por causa do vento?

Pelo menos pra mim, a esperanca eh a ultima que congela. E com as expectativas de quase-desastre que eu tinha pra esse inverno, se continuar so "fresquinho" assim, acendo uma vela pra Nossa Sra. da Meteorologia Falida pela graca alcancada. E considero, talvez, uma nova orientacao de carreira. Porque oh, errar a previsao do tempo num pais que so tem duas opcoes (frio ou mais frio ainda) e continuar tendo um emprego pra chamar de meu, isso sim eh trabalho dos sonhos!

Because you're mine, I walk the line...

Estava hoje conversando com uma amiga no telefone, enquanto esperava o onibus que nao chegava nunca, quando o mocinho esperando do meu lado comecou a puxar papo. Perguntou de onde eu sou (ele achou que eu era espanhola, ele era obviamente irish), onde eu trabalho (descobrimos que somos vizinhos de predio de trabalho), blablabla sem objetivo, tipico de xavequinho. Detalhe importante, porem nao relevante na historia: o tal do moco era GATO, da raca mais charmosa de irlandes, olhos cinzas e sorriso de lado, a la Gerard Butler (que ok, eh escoces, mas faz o mesmo tipo).

Agora pra continuar a historia, preciso antes fazer um momento de confissao no blog (mae, nao olha agora): eu nem sempre fui assim um exemplo de boa conduta na minha vida. Dizem que geminianos sao um signo infiel por natureza, e eu nao fiz nada na minha vida pra contrariar a fama. E nao eh com orgulho que conto, mas trai todos, e eu digo T-O-D-O-S os meus namorados (quando falo todos parece muito, mas na verdade foram so tres).

As vezes por crises existenciais de gente jovem que nao sabe o que quer: uma vez trai o ex com o atual, depois mudei de ideia e trai o atual com o ex. As vezes por pura vaidade: o namoro estava em baixa, algum gatinho com otimo timing apareceu enchendo minha bola... Veja bem, nao estou aqui defendendo nem justificando o que fiz. Mas tambem nao vou negar, porque afinal de contas A VIDA EH MINHA, O POBREMA EH MEU, como ja disseram pessoas mais sabias. E no fim das contas, tudo bygones, ja que os namoros acabaram terminando de qualquer jeito.

Agora retomando a historia: Conhecendo meu passado negro, minha amiga, no telefone, nao perdeu tempo pra brincar comigo, falando pra eu parar de ser safada e ficar de conversa com o mocinho no ponto de onibus (o que percebam nao era muito culpa minha, nao eh como se eu pudesse sair andando e deixar o mocinho falando sozinho, porque ai perdia o onibus). Agora por favor surpreendam-se com a candura da minha resposta:

- Iiiiih, amiga, nao fala isso nem de brincadeira. Descobri que nasci pra ser fiel.

Sim, meus amigos. Venho aqui contar que eu conheci marido e vi a luz. Desde o primeiro dia juntos, ser fiel veio naturalmente, sem esforco nem premeditacao. Nao sei se eh a maturidade, ou se eh o amorrrrr que me fez assim, mas hoje cuspo pro alto sem medo que caia na testa: sou uma monogama convertida!

O mocinho do ponto de onibus ficou la, gatissimo (sou monogama, mas nao sou cega). Amigas solteiras interessadas, posso fornecer o endereco do referido ponto, pra voces engatarem uma conversa sobre o tempo e ver no que da. Porque pra mim, fica pra uma proxima encarnacao.

Pra explicar o meu sumico...

Eu juro que nao estou preguicosa. Pelo menos nao mais preguicosa do que o normal. A razao por andar escrevendo menos aqui no blog, como na vida de todo workaholic que se preza, tem um nome so: trabalho.

Fato eh que eu adoro trabalhar. Sempre fui do tipo que, ao comecar num emprego, veste a camisa da empresa, e passa a respirar o novo trabalho ate sentir que estou fazendo um bom trabalho. Barulhinho de digitacao eh musica pra mim. E com o emprego novo baseado em metas, premiando as melhores performances, eu estou como um patinho na agua, tentando aprender tudo o mais rapido possivel pra satisfazer a nerd que existe em mim com uma performance, se nao boa, pelo menos nao vergonhosa (ja que os resultados sao publicos e todo mundo ve quando voce pisa na bola).

A consequencia de estar tao focada, e trabalhando tanto, eh que uando chego em casa, mal tenho forcas pras coisas mais basicas do dia a dia (fazer uma jantinha, brincar com os cachorros, namorar...).

Assim, peco desculpas aos meus leitores fieis (oi, mae)... A programacao normal volta assim que eu acalmar minhas tendencias workaholics obssessivas. E ate la, fiquem feliz por mim: nada como um emprego que a gente goste pra tornar menos dificil deixar a cama quentinha de manha durante esse principio de friaquinha que ja invade a Irlanda...

The Hurricao.

Quem acompanha o blog, sabe que ja contei aqui que eu e marido decidimos aumentar a familia e adotamos mais um filhotinho. Tambem contei que ele era um coitadinho, todo pequenininho e maltratado, que mais parecia o Bambi aprendendo a andar...

Pois eh, algum tempo depois, o meu filhotINHO, todo pequeninINHO, coitadINHO, se recuperou 100% e de INHO naotem mais nada. Se recuperou pra irar um safado comedor de sapatos e assassino de bichinhos de pelucia. Agora, chegar em casa do trabalho todo dia eh uma emocao, ja que a gente nunca sabe em que estado vai encontrar a casa. Eu ainda me espanto alguns dias que tenha sobrado alguma casa at all, porque a sensacao que eu tenho eh que ele ja transformou em pedacos tudo que nao era concreto ou cimento.

Nao contente em enfiar os dentes na casa toda, o bonitao tambm nao perdoa a irma: morde, puxa, derruba a pobrezinha da Bellinha, que vai aguentando tudo o dia todo, ate que chega uma hora que explode e da uns berros pra espantar o chato. Sabe como eh, paciencia tem limite. Ate paciencia de cachorro.

Ainda bem que tenho um marido quase santo, que nao se importa de levar pro parque, limpar bagunca e evitar catastrofes causadas pelo furaquinho (enquanto eh filhote eh furaquinho, se continuar assim quando crescer, vira furacao mesmo). Ja eu, ando mais eh me preocupando em salvar meus preciosos sapatinhos, e me perguntando por que foi mesmo que nao escolhemos adotar um peixe...

O mundo eh pequeno..

Mas nao pra quem esta de um lado dele,com as pessoas mais importantes de todas do outro.

A parte ruim de ter as pessoas mais lindas do mundo como familia, eh que a saudade nao para de doer nunca. Mas tem dias que ela doi demais,e extravasa o coracao, a ilha, o oceano, e leva meu coracao la pra uma cozinha perdida numa cidadezinha de nada, com cheiro de comida gostosa e som de gente feliz.

Nesses dias, fica mais dificil lembrar que o mundo eh tao pequeno. Nesses dias cada quilometro dobra, triplica, multiplica. Nesses dias, eu choro.

No dia seguinte, eh um dia novo. Como me ensinou minha mae, me permito ficar triste por um dia, so um dia, e depois olho pra minha ilha linda e fico feliz com a vida que construi pra mim.

Mas por enquanto, eh so hoje. E me permito chorar.

Dos frances e do senso fashion.

Minha lua-de-mel nao foi minha primeira visita a Franca, mas acho que foi a primeira vez que tive a chance de sentar, contemplar,e reparar de verdade no povo que vive na capital mundial da moda.

Eu ja tinha a minha opiniao sobre homens franceses, porque tive a chance de conhecer alguns no meu tempo por aqui... O estereotipo que se faz dos franceses nao esta muito longe da verdade: Eles realmente tem um ar de metrossexual, cabelnho mais comprido, oculos de armacao fina.. tudo pra reforcar aquele ar de "intelectual/fashion/aprecio as coisas boas da vida" que a maioria tem. Sim, eles sabem se vestir como nenhum outro homem que ja vi. Sim, eles usam oculos de sol mega finos, e carregam bolsas masculinas maravilhosas ao inves de simples mochilas de adolescentes como a maioria dos homens faz. Mas simplesmente nao sao pro meu gosto. Sao como os queijos franceses fedidos, caros, chiques e famosos no mundo inteiro, mas eu ainda acho que eles tem um gosto esquisito, e prefiro um bom cheddar. Claro que eh uma coisa pessoal, e tenho certeza que esta cheio de gente que acha os franceses modernos e sofisticados. Mas pra mim, existe uma linha muito fina que separa homens com senso fashion de homens que sao tao vaidosos que acabam tendendo ao feminino. E pra mim, no caso dos franceses, essa linha eh um cachecol. Desses bem fashion, cheio de cores da estacao e designs de estilistas.

Ja as francesas sao uma historia completamente diferente. Conto aqui sem vergonha nenhuma que nao consegui evitar minha inveja. Voltei de Paris me perguntando como estaria meu senso fashion se tivesse escolhido a Franca ao inves da Irlanda pro meu intercambio. Querendo mudar meu nome pra Milena Kinsellet, com biquinho pra falar no final. Nao me cansei de admirar a simplicidade chique das roupas, os cabelos modernos, a maquiagem impecavel (e discreta). Perto delas, me senti a mulher mais sem graca do mundo, nos meus jeans e all star. E as irlandas, coitadas, me pareceram peruas vindas direto dos anos 80, cabelo armado e a maquiagem pesada, prontas pra estrelar em "Rainha da Sucata".

Fato eh que Voltei pra Irlanda com a auto-estima seriamente abalada, e com vontade de comprar umas revistas francesas pra pegar umas dicas de moda. E o dano so nao foi maior porque marido, que sempre sabe como me deixar feliz, me mostrou durante a viagem alguns exemplos de "beleza natural" (e por natural, leia-se sem depilacao) debaixo dos bracitchos dos meus idolos fashion. Hm, pelo menos em um ponto, ainda sou muuuuito mais o Brasil!

Causos da minha lua-de-mel...

De volta da versao Kinsella de visitar Paris: 20 minutos de passeio, pausa de 4 horas no cafe pra tomar vinho, provar queijos, pates e baguetes, e apreciar a cidade.. Turismo mesmo, neca. Claro, ainda fizemos algumas visitinhas obrigatorias: cafe na frente da torre Eiffel, cafe do lado do Louvre, cafes diversos em Montmartre, etc.. mas podem me chamar de filisteu, mas minha ideia de lua-de-mel perfeita nao inclui filas eternas para se espremer em frente de obras de arte tentando tirar uma foto.

Os dias foram tranquilos.. Ja a nossa primeira noite da lua-de-mel foi pra la de emocionante, e nao no sentido que se podia esperar. Dormindo o sono dos turistas (aqueles de pedra), quando as tres e meia da manha acordo com o coracao disparado, o mundo vindo abaixo, com o alarme de incendio do hotel disparado.

Agora a realizacao: se fosse um incendio de verdade, eu e marido seriamos so cinzas a essa altura. Primeiro porque deixamos o alarme tocar por meia hora antes de sair da cama, pra ver se nao era "pegadinha do Messieur Mallandro". Quando finalmente decidimos que estavamos praticamente pedindo pra virar churrasco, marido mostrou seu lado civiziliado se recusando a sair do quarto de pijamas, e la se foram outros 20 minutos ate ele se vestir, achar sapatos, passar gel no cabelo e se sentir bem vestido o suficiente pra fugir do fogo.

Quando finalmente saimos do quarto, quase uma hora depois do alarme comecar a soar, nos deparamos com um quadro que parecia saido diretamente do Zorra Total, ou outro desses programas de comedia bem chule: pessoas em pijamas, roupoes, e ate um cidadao so de Zorba branca, mulheres de maquiagem borrada, todo mundo se olhando com cara de constrangido, com medo de 1. o hotel estar mesmo pegando fogo e todo mundo morrer no meio de desconhecidos em Paris, de pijamas (e cuequinha branca), e 2. medo de ser so um alarme falso, e todo mundo estar vivo e tendo que se encarar no cafe da manha no dia seguinte, tentando ignorar o que os momentos constrangedores divididos na escada de incendio.

Como estou aqui escrevendo a historia, eh facil adivinhar qual das duas possibilidades se revelou verdadeira. So digo que, na manha seguinte, eu achei que era mais vantagem pro resto do meu orgulho pular o cafe da manha e ir direto pra parte onde passeamos pela cidade em meio a pessoas desconhecidas a quem eu nunca tive que ver em roupas intimas.

Pior parte da historia: eh tudo verdade. Ah, Paris, cidade-luz, dos poetas, dos amantes, e dos detectores de fumaca ultra-sensiveis...

Crianca fala cada coisa...

Estou aqui fazendo minhas malas: amanha, com tres meses de atraso, finalmente vou ter minha esperada lua-de-mel. Como minha familia veio pra ca durante o casamento, acabei gastando os dias de folga que peguei pro casamento matando a saudade de quem mora longe... Agora consegui tirar uma folguinha, pra voar pra Franca com o marido, e aproveitar merecidos dias de chamego.

E claro, nao podia estar mais feliz.. Eu sempre fui uma romantica de carteirinha, do tipo que suspira por ualquer filme agua com acucar, e acredita em historias com final feliz. E o fato eh que sempre fui assim, desde pequenininha.

Desde pequenininha tambem, vem meu gosto por escrever. E foi assim que acabei escrevendo, quando tinha so oito anos, uma carta pra mim mesma. Pra eu ler quando eu ja fosse "grande". Uma cartinha contendo todas as coisas romanticas que a Eu de oito anos esperava que a Eu do futuro tivesse vivenciado..

Esses dias sentei para ler de novo, e dar risada com os sonhos que tinha para meu futuro vinte anos atras (vinte e dois, mas deixa pra la). E claro, como toda crianca, eu tinha os sonhos mais exagerados, as fantasias mais fantasticas, e tambem as ideias mais estapafurdias.

Aos oito anos de idade, olha so que ingenuidade, eu acreditava que iria encontrar amor a primeira vista. Nos apaixonariamos ao primeiro olhar, e ficariamos juntos para sempre, nem um diazinho separados. Me casaria numa ilha, de frente para a praia. Passaria a minha lua de mel em Paris, a cidade mais romantica do mundo. E iria morar numa terra magica e distante.

Ah, e eu ia ter tudo isso antes de completar meus 15 anos.

Fazer o que, eu era uma crianca romantica e sensitiva sobre o futuro. Mas muito ruim em matematica...

Sushi-Mi.

E como eu gosto de compliccar, minha comida favorita no mundo inteiro eh sushi. E porque nao existe sushi de batata, esse nao eh um prato muito popular aqui na Irlanda. Os poucos restaurantes japoneses que existem por aqui sao caros e nao oferecem muitas opcoes..E eu SONHO com os rodizios de sushi que eu ia dia sim dia tambem no Brasil.

Como em momentos de crise tem os que choram e os que vendem lenco, decidi que ja era hora de parar de reclamar da saudade, e fazer algo a respeito. E foi assim, com a cara e a coragem, e munida apenas de videos do Youtubiu, eu decidi que ia aprender a fazer sushi.

Visitinha a loja de produtos asiaticos para comprar arroz de sushi, algas e apetrechos diversos para minha aventura. Como sou mao de vaca determinada, desisti de comprar a panelinha de fazer arroz, as facas Ginsu especiais de sushi, e decidi que ia ser uma sushi woman a moda antiga.

A experiencia teve altos e baixos. Acertei o arroz direitinho ja de primeira, sem panelinha mesmo, e fiquei toda orgulhosa. Ja o pobre do salmao foi retalhado sem do nem piedade, e o resultado final foi quase um picadinho de peixe.

O resultado final voce ve ai embaixo. Ficou uma DELICIA! E eu juro que ficou bonitinho, e se eles estao com a cara meio amassada eh mais pela minha falta de habilidade como fotografa do que como cozinheira.

Ja a trabalheira que da.... eh quase mais rapido e menos cansativo viajar o caminho de volta ate o Brasil e ir direto no meu restaurante favorito de uma vez...

Eu gosto eh de tiozinho...

Pelo menos quando o assunto eh musica... nao eh de hoje que sei isso: criada por pais boemios, nao eh surpresa que muito do meu gosto musical tenha sido herdado das noites caindo no sono ao som de Tom Jobim, Chico Buarque e Joao Gilberto.

Ja na adolescencia, embalei minha fase "rebelde sem causa" com bandas que ja eram rebeldes ha muitos e muitos anos: Black Sabbath, Kiss, Led Zeppelin, Pink Floyd...

Fui passando por fases: big bands dos anos 30 na minha fase jazz, brit rock dos anos 80, grandes classicos como Beatles e Rolling Stones. E enquanto a minha colecao musical foi se enchendo de "velharias", nenhum, mas nenhunzinho artista contemporaneo entrou na minha selecao no iPod.

Pra soar mais velhinha ainda, nem me dei ao trabalho de conhecer os "idolos" que estao fazendo as manchetes do mundo musical no Brasil ultimamente. Restart, Luan Santana, Claudia Leitte, Jorge e Mateus.?.. nunca nem ouvi. Nem quero ouvir. Alias, sertanejo universitario?  Serio mesmo? Me perdoem os caubois e "cauboias" deste mundo, mas tocar musica sertaneja em publico deveria ser considerado contravencao, poluicao sonora sem tirar nem por.

E como boa admiradora de dinossauros do rock que sou, a chance de ver um PUTA show. Mas um PUTAAA show: Mark Knopfler abrindo o show para o Bob Dylan. 4 horas assistindo duas lendas esbanjarem nao so talento e disposicao, mas uma qualidade tecnica e musical que poucas vezes tive chance de prestigiar. E cercada por uma plateia de moleques de cabelo colorido, executivos engravatados vindos direto do trabalho, e senhores e senhoras de cabelos brancos e alma jovem, mostrando que musica boa eh uma das maiores demonstracoes de democracia que alguem pode presenciar.

Watch and learn, Justin Bieber, watch and learn...

Marido e eu no show das lendas!

Pianinho pianinho...

Das saudades inesperadas que me acometem de vez em quando desde que me mudei pra Irlanda, uma eh recorrente nos domingos, principalmente os chuvosos: a saudade do meu piano.

Comecei a tocar aos 6 anos de idade, e mesmo tendo deixado as aulas ha mais anos do que gostaria de lembrar (ou contar, pra ser sincera), vira  e mexe sentava pra tocar alguma coisa, principalmente quando estavava me sentindo um pouco tristinha ou precisando por pra fora algum sentimento. Depois da partida dos meus avos queridos pro lado de la, o piano se tornou ainda mais simbolico pra mim, uma maneira de entrar em contato com momentos que ja nao existem mais, e com lembrancas especiais...

Agora, sem valvula de escape, me transformei nessa chorona que vos escreve. E em dias melancolicos como o de hoje, com a chuvinha caindo la fora e milhoes de pensamentos na cabeca, fico desejando que tivesse meu piano aqui comigo pra me fazer companhia.

Pra ser bem sincera, a pratica ja se foi ha muito tempo, e na minha ultima visita ao Brasil mais errei do que acertei na melodia das musicas. Mas a sensacao de paz que o piano me traz, isso nao mudou.

Me perdoem o "deslize sentimental", mas vou postar um videozinho da minha ultima tentativa de assassinato de um classico musical.  E por favor ignorem o modelito praia, estava um calor de 43 graus no meu Brasil brasileiro, e a compostura tinha sido perdida uns 5 graus atras!

Milena Kinsella Rainha do Lar.

Vira e mexe ganho umas alfinetadas da sogra porque so cozinho "comida brasileira" pra marido (por comida brasileira entenda-se qualquer coisa que nao seja carne assada com vegetais). Macarronada, strogonoff, pimentao recheado, tudo ela acha esquisito, e olha pra marido com cara de do, por estar sendo submetido a tantos maus-tratos culinarios (mesmo marido dizendo, em off, claro, que prefere mil vezes minha comida do que a dela).

Pra calar a boca da sogra mostrar minha versatilidade culinaria, hoje decidi por meus dotes a servico da cozinha irlandesa, e servir de almoco o tradicional Fish ann Chips. Na verdade o prato (que nao passa de um peixe a milanesa com batatinha metido a besta) surgiu na Inglaterra, mas foi totalmente incorporado pela culinaria irlandesa, onde sofreu algmas alteracoes (como o uso de Guinness na receita do batter, a mistura pra casquinha milanesa do peixe).

A minha receita fiz bem tradicional, acompanhado de molho tartaro e tudo. E oh, nao eh pra me gabar, mas ficou melhor que do que o servido em muito pub por ai.

Ta ai... marido ficou todo feliz com o almoco,  eu mostrei que esposa brasileira manda bem em qualquer cozinha do mundo. Agora a sogra que aprenda a cozinhar um belo bife a parmegiana, e ai a gente volta a conversar...

Lucky strike

E levanta a mao quem esta se sentindo com sorte, e amando o emprego novo.. eeeeeeeeeeeu!

E quem esta mega empolgada com os convites de happy hour, os varios amigos novos vindos do mundo inteiro e a chance de trabalhar numa area que adora... eeeeeeeeeu!

E quem esta tendo um ataque nerd de alegria com a chance de trabalhar numa multinacional em outro pais, e aprender varias coisas novas sobre um setor que adora.... eeeeeeeu!

Agora levanta a mao quem pegou a maior gripe  logo na priimeira semana de trabalho e passou quinze dias indo da cama pro trabalho e de volta, e ganhou fama de espalhar ermes pelo departamento novo... eu!

Fooooom.. lucky strike fail, mas no final acho que o saldo ainda esta poitivo.

AINDA, eu disse. Sem mais mudancas, por favor.

MEDO de mim!

Voce so descobre o que eh uma TPM poderosa de verdade quando chega ao fundo do poco emocional, e esfaqueia algo que ama muito no mundo. E depois se arrepende, quando sente falta do ser amado.

Calma, nao cometi um maridocidio (embora tenha que admitir que foi por bem pouco). Mas num momento de furia hormonal, nao consegui evitar de enfiar a faca numa latinha de Coca-Cola. Estava com tanto mau humor, mas tanto mau humor, que precisava por pra fora aquele sentimento de algum jeito.

Claro que, como todas as acoes impulsivas, o assassinato da Coca-Cola teve consequencias: tive que passar o resto da noite com o fato de que nao tinha mais uma gota de cafeina na casa pra acalmar meus nervos em furia. Mas pelo menos nada mais foi assassinado desde entao.

Marido atribui ao meu sangue latino esses "rompantes" de violenta gratuita. Eu atribuo a ele, que nao tem a menor sensibilidade, e podia ter evitado a tragedia se tivesse comprado o antidoto pra TPM (um pote gigante de Ben & Jerry).

Enfim, o que passou, passou. Mas ate essa TPM passar, acho melhor ficar bem longe de objetos cortantes. So pra garantir...

Bonnie Tyler e meu ingles fluente!

Eu acredito que, morando em um pais com uma lingua diferente, todo mundo tem aquele momento de realizacao, em que voce percebe que sim, voce finalmente aprendeu o novo idioma. Pode ser que seja ao atender uma ligacao de trabalho, pode ser ao ter uma discussao com o namorado, pode ser ao pronunciar corretamente o nome da sua vizinha irlandesa Saoirse (este nao eh o meu caso, ainda nao cheguei nesse grau de iluminacao).

Pra mim, o momento de realizacao, o momento em que eu olhei pra mim mesma falando ingles e pensei "VITORIA" foi hoje de manha, fazendo faxina e ouvindo radio, quando cantei, do comeco ao fim,a plenos pulmoes, Total Eclipse of The Heart! Sem enrolar em nenhuma parte, sem pular direto pro refrao, sem inventar palavras e me convencer de que a musica eh que nao faz sentido mesmo!

Sim, os budistas estao certos, a felicidade se encontra MESMO nas pequenas coisas, e nao posso descrever como fiquei feliz ao perceber que a minha proficiencia linguista ja me permite dominar esse classico mundial da embromation!

Agora todo mundo ja pode ficar com do de mim.

E depois de ficar com do de mim, vamos la, todo mundo cantando junto, pra me fazer feliz: TURN AROOOOOOOUND BRIGHT EYES...

Adaptacao.

Mesmo que a gente mude pra melhor, se adaptar as mudancas leva sempre um tempinho... e esta semana definitivamente foi uma semana de adaptacao. E aaaai como sofri! Primeiro com os horarios: tentando caminhos diferentes, onibus, trem, cipo, tudo pra descobrir a melhor maneira de me locomover na nova rotina. Claro que acabei perdendo a hora varios dias, e certeza que tudo que ganhei trabalhando desperdicei investi em taxis, depois de estar atrasada pro trabalho logo de cara.

Depois, com as milhares e milhares de novas informacoes, novas rotinas, novas pessoas no emprego novo. Estou quase andando com um gravador, pra poder chegar em casa e ouvir tuuuudo de novo, e conseguir dar conta de absorver todas as novidades.

De tropeco em tropeco, aos poucos vou me adaptando, e acho que semana que vem deve ser mais tranquilas, e volto a postar regularmente. Isso, ou eu vou ser obrigada a arrumar um emprego de chofer pra marido, pra me levar pra cima e pra baixo... taxi todo dia nao ha salario que aguente!

Minha vida de Kinsella.

Do auge da minha longa experiencia de (recem) casada, decidi "filosofar" sobre relacionamento e casamento, pra ver se ajudo algumas  amigas indecisas com uma opiniao de "insider" da instituicao. Entao segue meu top five das minhas primeiras impressoes sobre a vida como uma jovem senhora::

1. Morar junto nao eh casar. Eu sempre achei que era a mesma coisa, e defendia o meu ponto de vista apontando que, no dia-a-dia, o casamento nao muda nada na rotina. O que em teoria eh verdade. Mas para a minha surpresa, na pratica foi diferente, e acho que depois do casamento tanto eu quanto marido nos sentimos mais comprometidos com a relacao, e mais proximos um do outro... Sai no lucro: achei que ia continuar tudo bem, e ficou tudo melhor ainda!

2. Test-drive eh importante. Tem muitas meninas que sonham em sair da casa dos pais apenas para casar. Eu respeito, mas nao entendo muito a filosofia (proteger a honra nao vale como desculpa ehehehe). Acho que muitas coisas sobre o casal so se aprende com a convivencia, e acho que ter morado junto com marido antes do casamento foi um passo importante para ter a certeza de que a relacao podia dar certo. Em tempo: tambem acho que a experiencia de morar sozinha por um tempo eh parte importante no processo de amadurecimento, e antes de pensar em morar com qualquer pessoa, eu AMEI morar comigo mesma :)

3. Casamento nao eh band-aid, e nao "conserta" relacao quebrada. Casar esperando que o noivo va "amadurecer" depois do casamento, ou que a relacao va "para um outro nivel" e os problemas pequenos desaparecam, eh otimismo (pra nao dizer ingenuidade). Casamento deveria ser evolucao, e nao salvacao, de um relacionamento.

4. Casamento nao eh fusao. Eu sei que nao sou o maior exemplo de mulher independente, e ainda tenho "remorso" de combinar as coisas sem antes checar com o marido se esta ok pra ele. Mas que fique bem claro, somos duas pessoas diferentes. Eu nao atendo o celular dele, ele nao tem a senha do meu email, e ambos temos nossas atividades independentes (sendo as dele mais alcoolicas, as minhas mais gastronomicas ehehehhe). Porque gente que responde "nao sei se nos estamos livres" quando eh convidada pra algum evento eh WEEEEIRD...

5. Se esta em duvida, nao case. Pra que a pressa? Eh pra passar o resto da vida juntos mesmo.. Sempre da tempo de mudar de ideia e casar, mas mudar de ideia e descasar ja eh um outra historia, beeeem mais complicada!

E eh isso.. minha visao pessoal sobre o casamento, depois de "cruzar a ponte" para o outro lado. Mas de qualquer maneira, como casamento cada um sabe do seu, sintam-se a vontade para desconsiderar todas as minhas filosofias. Afinal, discordar eh viver. Ou algo assim...

Meu pecado favorito.

Para os interessados de plantao, meu pecado capital preferido eh a preguica. E com uma semana inteira de ferias pra aproveitar, estou pecando como doida... atetinha planejado varias coisinhas pra fazer com o meu tempo livre, mas todo dia acabo decidindo que muito mais divertido do que qualquer coisa que eu tenha pensado em fazer, eh simplesmente nao fazer nada.

Tenho trabalhado o ocio como nunca, e depois de varios filmes e 3 livros terminados, estou ate sentindo que esse tempo todo de pernas pro ar no sofa esta sendo produtivo...

E ja que eh pra pecar, tambem resolvi adicionar a gula e a luxuria pra minha lista de pecados de ferias. Pecadora que sou, parti pra filosofia de "esta no inferno,  abraca o capeta...."

Sera que confessar via blog tambem vale?

Ultimo dia.

So queria deixar registrado aqui, como meu ultimo dia de trabalho foi especial, e tambem inesperado. Trabalhei na escola por apenas 6 meses, e achei que minha despedida ia ser discreta, e nada emocional. Que engano... Fui recebida na sexta-feira com bolo, bilhetes e cartoes de alunos, que durante o dia todo, passaram pela minha mesa para me desejar boa sorte no emprego novo. E-mails dos colegas de trabalho, me dizendo como vao sentir minha falta. Ligacoes de despedida.

Me senti muito, muito querida. E deixei a escola com um sentimento bittersweet. Mas muito agradecida por todo o carinho.

Bolinho delicia de despedida!

Meet Marshall.

Quando a Bellinha ficou doente, o veterinario falou que ela so tinha virado essa comedora de chiclete como uma forma de protesto por estar sozinha, e que a melhor opcao era arranjarmos um irmaozinho pra ela. O argumento foi a gota dagua na minha discussao com marido, que vinha querendo adotar um segundo filhote ha tempos. E assim, esta semana marido foi ate Offaly para aumentar a familia Kinsella.

Marido eh o maior coracao mole que eu conheco. Do tipo que chora quando ve reportagens sobre a fome na Africa, da esmola pra todos os homeless que encontra no caminho (mesmo que depois fique sem dinheiro pro resto do dia), e sempre torce pro underdog em qualquer briga. Assim, nao foi surpresa nenhuma pra mim quando cheguei em casa e vi o filhote que ele tinha escolhido trazer pra casa. Conhecam o Marshall:

De uma ninhada de 12 filhotes, o Marshall era o mais franzino Com 9 semanas de vida, ele pesa so 1kg.. Timido e fraquinho demais para brigar pela comida, marido achou o Marshall escondido, tentando comer um pedacinho de racao, coberto de machucados causados pelos irmaos mais fortes.

Tao fraquinho, mas tao fraquinho, que ele nao consegue andar direito. Parece o Bambi aprendendo a andar pela primeira vez, perninhas tremendo, caindo a cada dois passos. Chegou em casa e foi direto pro veterinario.

E na clinica veterinaria, virou xodo. O veterinario disse que estava feliz que marido escolheu o Marshall pra trazer pra casa, apesar da aparencia maltratada. E que eh provavel que se ele nao fosse tirado de la, nao aguentaria outra semana... esta tao magrinho que nao tem gordura suficiente nem pra tomar as vacinas que precisa.. Foi posto direto numa dieta de engorda, recebeu curativos, e agora esta em recuperacao. E com apenas alguns dias, ja esta um novo cachorro, correndo pela casa e brincando com a Bella.

A familia esta crescendo, e mais feliz do que nunca. E vamos esperar que a aquisicao de um irmao cacula ponha um pouco de juizo na cabeca oca da minha filhota chicleteira.

Fechando um ciclo.

E hoje eh meu ultimo dia de trabalho aqui na escola... Comecei o dia com um sentimento bittersweet, um misto de ansiedade pela fase nova, mas tambem um pouco de tristezinha, por deixar a escola pra tras.

Primeiro porque este foi o meu primeiro emprego emprego aqui em Dublin, minha primeira "aventura" no mundo corporativo internacional. Segundo porque tive a sorte de ter um chefe muito legal, que me deu liberdade para tentar ideias novas, acreditou nas minhas propostas, e sempre reconheceu meus esforcos.

A verdade eh que eu gosto muito de trabalhar aqui na escola. A empresa eh pequena, nao tem toda a estrutura que eu estava acostumada no Brasil, eh muito menos corrido... Mas trabalhar com educacao eh algo que me deixa feliz, pois eh algo em que acredito. E apesar de ter seus dias, 90% do tempo o trabalho eh interessante, e me deixa feliz.

Mas uma empresa pequena tambem tem seus contras: sem ter uma equipe com que trabalhar, as possibilidades de aprendizado acabam se limitando. E em pouco tempo, a gente cresce mais que o cargo. Meu chefe foi o primeiro a me dizer que a mudanca vai ser boa pra mim, e era so uma questao de tempo para que eu evoluisse e buscasse algo melhor.

Entao eh isso: uma semana de ferias, pra descansar a cabeca e nao pensar em nada. E depois, novos desafios. Novo emprego, pra combinar com a vida nova que estou comecando. E muito nervoso, porque afinal de contas, sou eu, ne...

Me desejem boa sorte :)

Noticias da filhota.

Prometo que este nao vai virar um daqueles blogs com um assunto so, mas como todo mundo perguntou da Bellinha, queria so dar noticias: a senhorita comedora de chicletes esta 100%, como da pra ver pelo video abaixo, feito enquanto a madame toma seu banho de banheira diario (sim, minha filhote eh mais limpinha que muita gente por ai, e ADORA banho de banheira):

Obrigada a todo mundo pelas palavras, e bom saber que serviu de alerta pra outros possiveis filhotes comedores de chiclete por ai.

Chega de emocoes!

Podem falar o que quiser, mas nunca digam que minha vida nao tem emocao... Depois da surpresa do jantar do outro dia, ontem uma surpresa muito mais seria me esperava em casa.

Como tinha jogo da Irlanda, marido (o eterno otimista) decidiu ir ate a casa de um amigo, pra assistir a partida e comemorar depois (olha o otimismo ai). Entao, ja preparada para uma noite de menininha, me muni de comidinhas gostosas (porem lights, porque o regime continua firme) e filme romantico, tudo pronto pra uma noite de bem-vinda paz.

No momento em que abro a porta de casa, descubro que a senhorita Bellinha, que tinha ficado sozinha por miseras DUAS HORAS, conseguiu encontrar um pacote de chicletes dentro do bolso da jaqueta de marido, e decidiu fazer um "lanchinho" enquanto esperava alguem chegar. A sala parecia uma cena do apocalipse, com pedacos de chiclete espalhados por todo o lado.

Tinha ate achado a bagunca engracadinha, ate dar um Google pra descobrir o que fazer com ela, e descobrir que o Xylitol, um dos compostos do adocante do chiclete (porque la em casa o chiclete eh diet tb ne) eh altamente toxico para cachorros. Na verdade, descobri que o Xylitol pode matar um cachorro em ate 30 minutos, dependendo da dose. Ai a situacao ja nao teve graca nenhuma.

Ai me bateu o desespero. Peguei a safada e corri pro veterinario na mesma hora. Sai de casa tao rapido que esqueci de desligar o forno!!! Mais uma preocupacao pra cabeca, toca ligar pra marido pra pedir pra ele ir pra casa CORRENDO e desligar o forno, antes que eu botasse fogo no predio...

Chego no veterinario, e o desespero so piora: ele me pergunta 1. se a Bellinha tem seguro. e 2. Se eu autorizo, caso seja necessario, transferi-la para uma UTI Veterinaria. Nem preciso dizer que fiquei praticamente histerica a partir dai... Entendo quem nao gosta de animais (mentira, nao entendo como alguem pode nao gostar de animais), mas a verdade eh que a gente se apega MUITO aos nossos bichinhos... perdi ha pouco tempo meu filhotinho Otavio la no Brasil, nao queria nem pensar em perder minha filhota irlandesa tambem.

Tratamento de emergencia: uma injecao pra fazer ela por pra fora tudo que comeu. Outra injecao pra bloquear o veneno no sangue. 40 minutos numa sala escura, com uma "enfermeira" do lado, acompanhando nivel de acucar no sangue, pra nao entrar em choque. Outra injecao pra parar de vomitar. Exame de sangue. Teste de reflexos. Soro.

Passei uma hora no veterinario, enquanto marido salvava o mundo (e a janta) de um incendio. E finalmente, a noticia: porque eu agi rapido (vai, mae, me chama de exagerada agora), o veneno foi controlado, e ela vai se recuperar. Fui para casa com uma lista de recomendacoes, e uma vigilia de 24 horas pela frente. E um retorno pro dia seguinte, outro pra daqui a uma semana. Tudo para se certificar de que a minha pequena comedora-de-chicletes nao teve nenhum dano interno (o veneno ataca o figado e provoca falencia de orgaos).

Sai do veterinario com o coracao (e a carteira) bem mais leve. Minha filhota vai ficar bem.

Mas oh, no quesito emocoes, por essa semana ja ta bom. Surpresa agora, so se for muito boa, e olhe la.

Bellinha depois do chiclete assassino...

Pisando em ovos...

De boas intencoes o inferno minha casa esta cheia. E intencao de marido ontem foi fazer o jantar, e me fazer uma surpresa pra quando eu chegasse do trabalho. Fofo ne?

Chego em casa, e esta eh a cena que me espera:

E marido com pano e vassoura na mao, sem saber o que fazer, e com a maior cara de culpado...

Que isso foi uma surpresa, isso eh fato! Ja o jantar, foi pizza!

Brincando de casinha.

Ao contrario do que acontece no Brasil, ao alugar uma casa aqui na Irlanda, ela ja vem mobiliada. Nao so mobiliada com o basico: geladeira, fogao, sofa. A casa ja vem com tapetes, quadros, cortinas, vasos. Minha casa nova veio ate com umas fotografias (creeeeepy) de um morador antigo (e quando digo antigo nao me refiro so ao status de moradia, ele devia ter uns 200 anos na foto!).

Por um lado, o aluguel assim facilita muito a nossa vida de quem esta comecando: saindo da casa dos pais, ou chegando ao pais pra estudar, eh um alivio nao ter que gastar uma fortuna com mobilia nova. Recem-casados tambem tem uma preocupacao (ou uma desculpa)' a menos na hora de marcar a data do casamento: nada de ficar enrolando esperando anos ate ter uma poupanca pra decorar a casa nova.

O lado ruim disso tudo, obviamente, eh que voce nao tem a chance de escolher os moveis da sua casa, pra deixar tudo com a cara que voce quer. Em alguns casos (como no meu), o contrato ate pede para que qualquer mudanca nos moveis seja aprovada previamente com o proprietario!

Mas nem tudo esta perdido, e com algumas mudancas pequenas, estou conseguindo, aos pouquinhos, deixar a minha casa com cara de minha mesmo: uma capa no sofa, quadros novos, plantas, fotografias. E gracas ao presente de casamento da minha amiga e madrinha de honra (como ela nao conseguiu vir pro casamento, o titulo sofreu uma adaptacao) Cristal, minha casa esta ganhando alguns toques "fashion" nas paredes, com wall prints. Minha irma me apresentou pra ideia anos atras, e eu tive a chance de ver, na casa dela, como os adesivos conseguem transformar completamente o ambiente. E agora estou usando a ideia pra exercitar a inner decoradora que existe em mim. A primeira "vitima" foi a lareira, que eu sempre achei que precisava de um tchan,porque era muito caretona.

Olha ai o resultado:

Marido amou o resultado, e esta todo empolgado pra mais mudancas. E eu estou, aos pouquinhos, deixando minha marca no meu novo lar!

Canja de galinha nao faz mal a ninguem!

Acho que meu corpo decidiu que cumprir aviso previo eh para os fracos, e que ao inves de ir honrar meus ultimos dias de trabalho, eu devia ficar em casa. E como eu nao concordei, ele decidiu assumir o controle e me deixou na mao: acordei hoje com a maior febre, gripadona!

Quase nunca fico doente aqui na Irlanda, acho que o clima faz muito bem pra minha saude (apesar de toda chuva e frio). Mas tambem, quando eu fico doente, a Irlanda nao eh o lugar que mais ajuda voce a se sentir melhor e sair da cama: ventinho gelado na rua, nuvem de chuva no ceu..

Entao decidi que ia deixar meu corpo vencer a discussao hoje, e liguei pro trabalho pra avisar que nao ia, pela primeira vez em quase seis meses. Estava me sentindo tao mal que nem consegui aproveitar o tempinho livre pra fazer qualquer . Mas pelo menos tive animo pra apelar pra velha receita da vovo: fiz uma boa canja, pra aquecer o corpo e confortar a alma :)

Tomar a canja e escrever no blog, ufa, foi o maximo de atividade que meu pobre ser adoentado consegue fazer por hoje. Vou voltar pra cama, e entrar em modo hibernacao, torcendo pra melhorar, afinal ficar doente bem no fim de semana eh sacanagem, ne...

Nova vizinha.

Dizem que todas as pessoas que cruzam o seu caminho te afetam um pouquinho de alguma maneira. Mas existem algumas pessoas que quando entram na sua vida, mudam TUDO. E fazem toda a diferenca do mundo.

Ha alguns anos atras, o destino (ou a sorte, ou a bencao, ou o que quer que seja) colocou na minha vida uma pessoa especial, que afetou a minha vida de tantas maneiras que nem sei dizer. #

Ainda no Brasil, ela trabalhou na mesa do lado da minha por meses, trocando msgs divertidas e fazendo o dia passar mais rapido.

Ela me ajudou quando estava de coracao partido, me consolando e me dando apoio ate eu me sentir melhor. E bebeu, dancou e riu comigo nas varias noites divertidas que vieram quando melhorei.

Ela se mudou primeiro pra Irlanda, e foi ela quem me incentivou a vir tambem. Me ajudou com todos os preparativos. Me acolheu na sua propria casa, e virou minha roommate quando cheguei em Dublin. E foi responsavel por varias das noites mais divertidas que tive depois que cheguei.

Ela me apresentou o grande amor da minha vida. Antes mesmo de me apresentar pra ele, ja acreditava na gente, me dizendo o quanto tinhamos tudo a ver. Ela viajou o mundo pra ser minha madrinha de casamento. Arrumou meu vestido, acalmou os meus nervos, e caminhou comigo aqueles poucos metros mais ansiosos da minha vida, ate o altar.

Ela esteve presente nos momentos mais importantes da minha vida, e fez melhor cada um deles. E em duas semanas, ela vai cruzar o oceano de novo, e vai morar mais perto de mim. Comecar uma nova fase, num pais novo, num emprego novo, numa casa nova. Mas pra minha alegria, aqui no velho continente.

Amiga, nao preciso te dizer quantas energias positivas estou mandando pra voce neste momento. E nao consigo descrever o quao feliz eu fico so de pensar que a so 2 horas de distancia, vou ter ao meu alcance uma das pessoas mais lindas que ja cruzaram minha vida.

Eu nao sei como estaria minha vida hoje, se voce nao estivesse nela. Mas so posso agradecer por voce estar!

E se a Ryanair oferecer bilhete multiplo, ja vou logo comprar o meu ;)

Bitching.

Eu nao sei ate onde a sinceridade me ajuda nesse blog, mas enfim, ja faco um mea culpa por nao ser uma pessoa melhor :(

Eu sou uma pessoa legal, eu juro. As vezes legal ate demais, daquelas que irrita de tao boazinha. Ofereco pra ajudar, empresto minhas coisas, mando mensagem sem ter motivo. Na verdade, ja ouvi ate que sou boazinha demais, daquelas que irritam tentando agradar. Nesse caso, culpo a minha mae, que eh exatamente  assim, e criou as filhas achando que a palavra "nao" eh palavrao.

Maaaaaas como todo yin tem seu yang, e tal e coisa, e coisa e tal, eu tambem tenho um lado meio bitch.  Meeeeio so. So um pouquinho. Ok, total bitch. E ai, de vez em quando, preciso extravasar esse meu lado, pra poder voltar a ser esse cubo de acucar que sou geralmente nos outros dias (hun hun).

Fato eh que hoje acordei assim, com meu lado bitch em mode on. Comecei o post tres vezes, e deletei todas, porque posso ter sido um pouquinho maldosa em meus comentarios. Assim, umas alfinetadas meio gratuitas, sabe.. E levando a serio o ditado "se nao tem nada de bom pra falar, melhor nao falar nada", achei melhor nao escrever sobre nada.

Problema eh: agora estou sofrendo de bitchiness represada. Daquelas que so melhora depois de varios drinks com uma amiga, dividindo todas as fofocas da turma e falando mal do ex. Pra comentar como aquela pessoa que nunca gostamos esta envelhecendo mal, e aquele cara que se acha o tal na verdade eh ruim de cama.. Enfim, eu sei, eu sei, eu sou uma pessoa horrivel. Mas amigas, se voces tem amor no coracao, se compadecam desta pessoa atormentada, e me mandem um email contando como seu chefe foi um babaca, ou como seu ex merece morrer, pra que eu possa, finalmente, soltar essa maldade que esta em mim, e me tornar uma pessoa melhor!

Vida nova, casa nova...

Emprego novo! Siiiiim, dentro de algumas semaninhas comeco num emprego novo. Tudo novo pra minha recem comecada vida de casada.

Eu nao podia estar mais feliz. OK, a nao ser que eu fosse multi-milionaria, pudesse trabalhar por prazer so quando eu bem entendesse. Mas ai ja estou me desviando do ponto. O negocio eh que estou de emprego novo, numa empresa beeeeeeem legal, com um trabalho que tem mais a ver com o que eu fazia no Brasil, numa area que eu gosto bastante.

Fato que a ideia de trabalhar numa multinacional, toda cheia das frescuras internacionais as quais nao estou acostumada, esta me dando um certo calafrio. Mas nao vou pensar nisso agora... se nada der certo eu viro hippie e vou vender agua de coco la na praia na frente de casa (esse verao de 10 graus com chuva ta perfeito pra uma agua de coco geladinha mesmo). Mas ate la, vou ser otimista e comemorar o novo emprego :)

A chubby girl cries for help!

Este post eh um pedido de ajuda: venho aqui recorrer a meus amigos, leitores e pessoas de bom coracao em geral, para me ajudarem na missao herculea a que estou me propondo: uma "cruzada" pela calca tamanho 38 de volta, agora esquecida na ultima gaveta do meu guarda-roupa, e tao distante como um sonho... E nessa missao, toda a ajuda eh nao so bem vinda como totalmente necessaria, porque a vergonha na cara aqui em casa so nao esta maior do que a pancinha pos fim de semana.

Cunhado voltou de ferias do Brasil ontem, e trouxe, junto com algumas encomendas "basicas" que eu tinha feito, um pacotinho de "quitutes brasileiros" incluindo pacotes e pacotes de minhas bolachas favoritas, caixas de BIS e bombons Sonho de Valsa, e outras delicinhas  do genero. Gente, sendo honesta agora: desse jeito minha vida de "Gordelicia" nao acaba nunca! Como eh que eu posso PENSAR em fazer regime com a casa parecendo a Fantastica Fabrica de Chocolates?

Mas oh, tinha me feito uma promessa de que de hoje a dieta nao passava. E assim vou tentar o otimismo e comecar a dieta mesmo assim. E eh ai que entra o pedido de ajuda: aos leitores que estao a distancia, ja que minhas ultimas tentativas de dieta resultaram em um BIG FAT fracasso (e o BIG FAT aqui nao eh figura de linguagem), peco encarecidamente dicas, receitinhas, e ate simpatias (conforme o desespero aumenta, a minha cabeca fica mais aberta, e estou ate considerando beber a tal agua de arroz que minha avo me dizia, se alguem me disser que funciona!).

Para as amigas que estao perto: tenham do deste pobre ser desesperado: convites para caminhadas, bootcamps, e outras atividades emagrecedores sao bem vindos e prontamente aceitos. Companheiras de dieta para ajudar a contar as calorias e ajudar na forca de vontade serao consideradas anjos enviados do ceu e prontamente incluidas no meu testamente milionario (se um dia eu fizer um).

E durante meu processo em busca de virar a musa do verao, prometo compartilhar os resultados por aqui, pra quem sabe motivar outras vitimas como eu, aprisionadas em corpos  que nao lhe pertencem, a tambem redescobrir sua gostosa interior.

Wish me luck!

Eu adoro o meu chefe...

Mais ainda quando ele esta de ferias! E esta semana estou adorando ele mais do que nunca, ja que o bonitinho decidiu tirar ferias DE NOVO, pela terceira vez desde que entrei na empresa! Eu normalmente gosto do meu chefe: ele nao estressa (muito) os funcionarios, nao grita nem da chilique, e olha so, nem eh feio de se olhar (o que sempre eh uma vantagem, considerando que passo 8h do meu dia tendo ele  como unica paisagem). Mas nada como uma semaninha chefeless, digamos assim, pra dar uma animada no clima da empresa, e fazer a gente relaxar um pouco.

Como funcionaria ultra responsavel que sou, continuo meu trabalhinho de todo dia (com algumas pausas ocasionais para escrever no blog, falar com as amigas no telefone, comprar livros online e outras atividades de maxima urgencia). Ja meus almocos sofreram massivamente os efeitos da ausencia de chefe, e andam ligeiramente mais "liberais", e estou aproveitando pra estudar pra prova de motorista (sim, finalmente vou encarar a fedida), atualizar meu senso fashion com passeios ao shopping, e alias hoje ate administrei uma escapada para um almocinho em casa com o marido (cof cof).

Porque o mundo nao eh um lugar justo, claro que a semana passou bem mais rapido do que passaria normalmente, tendo o chefe no meu cangote (no sentido figurado, claro) o dia todo. Mas que aproveiteiaqui a ausencia do chefe pra tirar um descanso particular, isso eh fato. Quando o gato sai....

A Maldicao da Quarta-feira

Toda quarta-feira eh a mesma coisa: mal meu despertador toca, ligo a funcao soneca pra ficar mais 5 minutinhos na cama. Enquanto espero o tempo passar, ja vou calculando quantos dias faltam para o fim de semana. E por alguma razao misteriosa, INVARIAVELMENTE meu cerebro burro otimista pensa que eh quinta-feira. Fico toda feliz porque a semana ja esta acabando, e sinto ate o animo renovar. Ai o despertador toca de novo, e quando vou desligar bato o olho no calendario no cantinho da tela. Ainda eh ESTUPIDA QUARTA-FEIRA, so metade da semana.

Pior que saber que ainda tem 3 dias de trabalho pela frente eh saber que tem 3 dias de trabalho pela frente depois de pensar que eram so dois. Depois dai, meu dia eh so ladeira abaixo.

Damn you, quarta-feira!

Sobre o amor em minuscula.

Um dos meus livros favoritos de todos os tempos, "Amor em Minuscula" conta a historia de um professor solitario, fechado em sua rotina por acreditar que grandes acontecimentos nunca acontecem em sua vida, e por essa razao, nada nunca vai mudar. Ate encontrar um filhote de gato na sua porta, e comecar a entender que, na verdade, sao os pequenos acontecimentos, os pequenos detalhes do dia-a-dia, que fazem a vida valer a pena, e guardam as maiores mudancas e oportunidades..

Eu acredito nessa filosofia. Minha mae sempre me disse para aprender a encontrar a felicidade nas pequenas coisas, ja que elas sao muito mais frequentes na nossa vida do que Os Grandes Momentos, aqueles dos quais falamos com letra maiuscula, e que sempre esperamos ansiosos. Entao sim, o Primeiro Bejio, uma Grande Viagem, um Jantar num restaurante fino, o Dia do seu Casamento, sao todos momentos especiais. Mas um fim de semana de bobeira na cama, assistindo besteiras na TV e dando risada com o amor da minha vida, ah, nao existe nada que me faca mais feliz!

Todas essas filosofias para dizer que nao fiz NADA no meu fim de semana. N-A-D-A. Foi um dos melhores fins de semana dos ultimos meses. E comeco a semana mais feliz do que nunca...

Pra quem ficou curioso sobre o livro, vou ate postar um pedacinho, porque acho a leitura linda:

 "Faltam muitas palavras a inventar. Por que existe o termo "órfão", aplicado a uma criança que perde sua mãe, e não existe termo para a mãe que perde seu filho? Será porque sofre menos?

— Você tem razão. Agora que estou pensando nisso, tenho um significado à procura de uma palavra: amor em minúscula.

— Amor em minúscula?

— Sim, talvez seja a única descoberta de que tenho orgulho — disse exaltado. — Uma pessoa faz um pequeno gesto bondoso e isso desata uma cadeia de acontecimentos que lhe devolvem um amor multiplicado. Ao final, embora você queira voltar ao ponto de partida, não é mais possível, porque o amor em minúscula apagou qualquer caminho de volta ao que existira antes.

— Isso que você diz é bonito, embora não consiga entender.

— Nem eu próprio entendo. Mas a prova disso é que estamos aqui."

Nobody said it was easy...

Eu nao sei se com o casamento veio a certeza da minha permanencia em Dublin, eu nao sei se foi esse verao com cara de outono que me deixou nostalgica, mas o fato eh que nas ultimas duas semanas tenho pensado muito no Brasil, e sentido muita, muita saudade. Se eu nao fosse tao pobre responsavel, ja tinha com certeza mandado o trabalho as favas e comprado uma passagem pra passar um mes todinho na minha terra natal, aproveitando tudo que me faz tanta falta por aqui. Mas o fato eh que agora, nao posso simplesmente largar tudo e atravessar o mundo. Na verdade, nem sei quando poderei, e essa incerteza sobre quando verei de novo todas as milhares de coisas que eu amo e estao tao longe andou me fazendo ficar meio jururu.

Me peguei pensando no meu apartamento, decorado com os moveis que escolhi e comprei ao longo de anos, com a minha cara e do jeito que eu gostava (ao contrario da mobilia de segunda mao que vem junto com os apartamentos aqui). Nos quadros, nas coisinhas de cozinha, no tapete peludo em que eu preferia deitar para assistir os filmes ao inves de usar o sofa. Me peguei pensando nas minhas (muitas) happy hours na Vila Madalena, nos almocos de sexta-feira com o pessoal do trabalho, nos fins de semana na casa dos meus pais. Na minha rotina, uma vida toda de habitos e prazeres que deixaram de existir.

Sei que a cada escolha corresponde uma renuncia. Que ao construir a vida que tenho aqui (e que, nao me entendam mal, amo de paixao), eu aceitei que nao teria mais a minha vida la. Mas o fato de saber, de entender racionalmente que nao existe maneira de conciliar dois mundos que sao separados por um oceano de distancia e dois anos de experiencias, nao torna essa escolha menos dificil. E por mais certeza que eu tenha da decisao, e por mais alegria que essa decisao me traga, nao sentir saudade das coisas que me foram caras por 28 anos eh uma possibilidade que nao existe.

Uma nova fase da minha vida esta apenas comecando, e nao poderia estar mais grata por todas as coisas maravilhosas que tem me acontecido, nem mais feliz por todas as oportunidades que se abrem diante de mim neste momento. Mas por enquanto, ou ter que aceitar que olhar para tras de vez em quando vai fazer parte da minha trajetoria por estes novos caminhos.*

*Ate eu ficar milionaria, ir para o Brasil quantas vezes eu quiser, e conseguir, finalmente, unir o melhor dos dois mundos.

"A rose by any other name would smell as sweet."

Mas nao de acordo com marido. Se marido tivesse escrito Romeu e Julieta ao inves de Shakespeare, essa frase nunca teria existido. Em toda a sua logica, ele acredita que se algo tem um nome, eh por uma razao especifica, e se voce muda o nome, a coisa tambem muda. E eu tive a comprovacao disso neste fim de semana, quando pus em pratica mais um dos meus planos malignos...

Tudo comecou alguns meses atras, quando decidi cozinhar para marido um dos meus pratos favoritos: panqueca. Daquelas bem brasileiras, com carne moida, queijo e molho de tomate. Marido ficou todo empolgado quando ouviu a palavra "panquecas", mas quase morreu de catapora quando viu o resultado final, e depois de duas garfadas largou a comida no prato, alegando que "isso nao eh panqueca, e so um negocio muito esquisito."

Mas o que acontece eh que eu adoro panquecas. E fiquei quebrando a cabeca pra achar uma maneira de introduzir as gostosas de volta no cardapio. Ate que finalmente percebi como.. se marido achou esquisito porque panqueca nao se come com carne moida e sim com maple syrup, eu so tenho que achar algo que nao seja esquisito pra ele!

E foi assim que este fim de semana ele comeu oito, eu disse OITO "burritos" (e quando eu digo burritos, eu quero dizer panquecas) no nosso "jantar mexicano". E umas semanas atras, ele encheu a panca de "crepes" (e por crepes eu quero dizer panquecas de novo) no nosso "jantarzinho frances". Sempre com um sorriso no gosto e elogiando meus multi-culturais dotes culinarios.

Nao sei se a rosa com outro nome teria outro perfume, mas que talvez tivesse outro gosto, isso bem que pode ser....

O arroz com feijao de todo dia

No Brasil o arroz com feijao eh comidinha de todo dia, e no fim de semana sai do cardapio pra dar lugar a opcoes mais elaboradas.. O mesmo com o bife, substituido nos almocos de domingo pela carne assada e outras carnes diferentes...

Ja aqui na Irlanda, acontece o contrario: o feijao nao faz parte do cardapio irlandes (pelo menos nao como conhecemos), e nao eh tao facil de se encontrar. Eles tambem nao tem tradicao de comer arroz todos os dias, e a carne geralmente eh servida com vegetais (e batata, claro!). Ja a carne nao eh vendida em bifes (a nao ser os steaks, que sao mais "gordinhos" que o bife ao qual estamos acostumados). Assim, da tradicional combinacao arroz+feijao+bife+batata que faz parte do dia-a-dia do brasileiro, aqui na Irlanda so sobra a batata mesmo...

O resultado da mudanca eh que acabo comendo todos os dias comidinhas que no Brasil so comeria no fim de semana: salmao ao forno com batatas, frango assado com macarronada, torta... Ja no fim de semana, com tempo pra ir as compras e vontade de inovar na cozinha, eh nisso que da meu almoco especial de domingo:

Detalhe eh que, mesmo que eu me esforce, e com o cheirinho delicioso se espalhando pela casa, nao ha cristo que faca marido incluir o meu feijao delicinha (com bacon, linguica e tudo mais que tem direito) no prato! Vai entender, ne...

Vajazzle yourself! Ou nao...

Me dou conta que ja sou uma senhora quando percebo que 1. estava completamente por fora de uma novidade da moda, e 2. percebo que nao so NUNCA usaria a tal moda como ainda acho um absurdo que alguem no mundo use.

Passei por isso ha algumas semanas, quando estava assistindo The Only Way is Essex um programa cultural (cof cof seriado cafona) na TV, centrado no tema "The Vazzale Party". Fiquei completamente perdida... O que eh uma Vajazzle Party? Por que nunca fui convidada? Alias, o que eh um Vajazzle? Pra que serve? Como usa? Assistindo o episodio todo entendi o que eles queriam dizer com o tal Vajazzle (ou Vajewel, como chamou meu amigo Jim, nome alias que acho muito mais explicativo).

Eu estava achando que o termo era invencionice do programa, mas depois descobri que nao, que o Vajazzle eh a ultima moda pelas bandas da rainha e tambem ja esta chegando aqui na Irlanda... E eh tao famoso que ate pagina na Wikipedia ele tem. (se voce, como eu, nunca ouviu falar do tal, e quer saber o que eh, clique aqui, pra ver a definicao oficial).

Eu nunca fui referencia de vaidade, e ja tenho uma certa preguica de ficar escolhendo brinco, anel, pulseira, agora imagina ainda ter que perder mais tempo escolhendo joia pra.. pro... pro resto! Era so o que me faltava!

De qualquer jeito, nao consegui me livrar da sensacao que essa tal moda nova nao eh nova coisa nenhuma, e de que toda funkeira que se preza no Brasil nao vai pro batidao sem uma boa "vajazzlada" no visual. Mas o que fiquei pensando de verdade eh: considerando o tanto de irlandesas que me perguntam sobre brazilian wax, e a cara de medo/espanto/nuncavoufazerissonavida que se segue a minha resposta, so posso concluir que o tal do Vajazzle eh a maior propaganda enganosa de que o mundo ja teve noticia. Mais ou menos como encher de flores o jardim na frente de uma casa mal-assombrada..

M-E-D-O!

Eu tenho medo do escuro..

Eu tenho medo do inseguro, dos fantasmas da minha voh.... Sim, da minha voh mesmo. E de fantasmas em geral, pra falar bem a verdade. E de muitas, muitas outras coisas: palhacos, aliens, e principalmente velhinhas com olhares esquisitos..Enfim, sempre fui daquelas criancas que inventam uma desculpa para nao entrar no trem-fantasma, nunca gostei de contar historias de terror antes de dormir, e ate hoje tenho PAVOR, eu disse P-A-V-O-R de filme de terror.

Marido por sua vez, como bom menininho que eh, adora tudo isso. Filme bom pra ele tem que ter mortes violentas e sucessivas,  e um misterio sobrenatural, com um vilao que pode ou nao ser de outro planeta, mas definitivamente eh inexplicavel e imbativel. Melhor ainda se o filme deixar o final em aberto, com o vilao derrotado, mas so talvez, e com espaco para um (ou varios) remake..

De vez em quando, para se vingar de compensar todos os filmes agua-com-acucar que faco ele assistir, ele me faz assistir algum filme desses. E ai, invariavelmente, ele se irrita. Primeiro porque eu passo mais da metade do filme com a cara escondida, com medo de olhar, e fazendo ele "narrar" pra mim tudo que esta acontecendo, ja que tudo que consigo ouvir eh a musiquinha de suspense. Depois porque depois de ver o filme, eu sempre fico tao impressionada que comeco a achar semelhancas entre o filme e a minha vida, e gasto o resto da noite tentando convence-lo de que a historia poderia nao so ser real, mas tambem acontecer com a gente.

Ontem foi uma dessas noites. Depois de sofrer por 2 horas assistindo um filme chamado Insidious, que conseguiu combinar viagens astrais, fantasmas, demonios, e uma velha fantasma assassina (medoooo), passei um tempao tentando convencer o Mick que nosso apartamento eh parte de uma casa muito, muito velha (de 1980, de acordo com o contrato), onde com certeza muitas tragedias ja aconteceram, e que eh praticamente uma certeza matematica que a casa seja assombrada. E depois passei 20 minutos falando "shhh" e fazendo ele escutar os milhares de barulhos esquisitos pela casa (vizinhos, segundo meu marido ingenuo). Ate ele se irritar de vez, me mandar ficar quieta, virar pro lado e comecar a roncar. Me deixando la de olho arregalado que nem coruja, sem conseguir dormir.

Eh isso. Fantasma pra mim agora, so se for assistindo Ghost. Porque se eh pra achar coisa em comum com sobrenatural, prefiro ser a Demi Moore e ser assombrada pelo Patrick Swayze.

Relaxando na banheira parte 2.

Eu ja contei aqui que nao sou a maior fa do uso da banheira como forma de terapia anti-stress. Mas porque sou teimosa persistente, decidi dar uma segunda chance ao tal do banho de espuma. Nao eh possivel, todo mundo gosta de relaxar na banheira menos eu, sera que eu estou fazendo alguma coisa errada? Melhor tentar de novo.

Laaaaa fui eu DE NOVO gastar 40 minutos acendendo velas no banheiro, preparando a agua na temperatura ideal, colocando musica ambiente (desta vez deixando o iPhone bem longe da agua).. tudo perfeito para que eu possa finalmente atingir o nirvana dentro da minha banheira e entender a fascinacao das pessoas por essa forma de relaxamento.

Com o ambiente todo pronto, fui buscar os super sais de banho que ganhei de presente pra minha noite de nupcias, e que acabei nunca usando por motivos alcoolicos de forca maior. Sai 2 minutos do banheiro, e quando voltei, surpresa!

Um ser peludo cujo nome nao vou citar achou que estava estressada e precisava relaxar, e ROUBOU meu banho! Nao so a bonita se jogou na banheira no minuto em que virei as costas, mas a safada passou MEIA HORA aproveitando o super banho de espuma que eu tinha preparado para gastar energia nadando de um lado pro outro, latir para as velas e atacar minha esponja de banho. A festa so acabou quando eu cansei da palhacada e tirei a tampa do ralo.

Agora, ainda sem meu banho e menos relaxada do que nunca depois de limpar a bagunca que a senhorita cachorra fez no meu banheiro, chegou a conclusao que banho de banheira nao eh mesmo para mim. Ja a Bella, esta uma calma so, mais relaxada do que nunca...

Do senso fashion masculino.

Eu nao posso mentir: adoro a vida de casada, mas algumas vezes nao consigo evitar uma saudadezinha das minhas flatmates lindas, porque elas saberiam como compartilhar certos momentos importantes da minha vida como nenhum homem jamais sabera!

Ontem, por exemplo, decidi ousar na producao, e substituir os tradicionais esmaltes que eu alterno (francesinha bem clarinha ou vermelho bem escuro) por um mega moderno rosa chiclete. Nunca usei nenhuma cor muito diferente, mas sabe quando da vontade de inovar?

Demorei um tempao na Clery's escolhendo entre esmaltes que brilham no escuro, que secam rapido, que ficam ate com estampa quando vao pro sol, e fui pra casa com o esmalte do jeitinho que eu queria, toda feliz.

Passei HOOOOOOORAS fazendo a minha propria unha, porque apesar dos meus dotes de manicure serem ate que satisfatorios, a velocidade ainda deixa muito a desejar. Refiz tres unhas que estraguei depois de ja ter terminado a mao, como sempre. E quando finalmente terminei, fui toda contente mostrar minha obra-prima para a audiencia disponivel (marido):

- Amoooooor... olha minhas unhas, acabei de fazer! Nao ficou lindo?

- Nossa, que..... que rosa!

E encerrou ai a conversa. Homens, bah!

Meu casamento: retrospectiva

Atendendo a milhares de pedidos (ok, alguns pedidos) de amigas internacionais que nao puderam vir ao meu casamento e nao estao feliz com a aparente falta de detalhes do ultimo post sobre o casamento, fiz uma listinha de  detalhes e "curiosidades" que mais me perguntam a respeito da festa, para elas poderem matar a curiosidade e ver o que elas perderam em nao vir ;)

1. Trilha sonora da minha entrada: Rosa, do Pixinguinha, na versao so violoes do Baden Powel.

2. Apesar da reclamacao sobre doces muito doces, o bolo de prestigio fez o maior sucesso, e quase nao sobrou NADA para eu levar pra casa no dia seguinte. Delicinhas brasileiras 1 x 0 Irlandeses rabugentos.

3. Estava com medo que os convidados nao entrassem no clima da festa, e a pista de danca ficasse vazia, mas na verdade foi o oposto: tivemos que pedir para alguns convidados pararem de dancar para que eu e marido pudessemos ter nossa primeira danca.

4. Nossa primeira danca foi uma musica que eu nem conhecia ate vir para a Irlanda, mas que me faz chorar toda vez que ouco de tao linda... Eh uma versao de uma musica do Fleetwood Mac chamada "Songbird", cantada pela Eva Cassidy.

5. Enquanto eu dizia meus votos, marido soltou um "iupiii" quando eu disse "Eu, Milena, aceito voce, Michael", o que me fez dar risada e me perder na frase, e ter que comecar tudo de novo. Achei tao fofinho que nem fiquei brava com a vergonha que passei.

6. Os convidados compraram a ideia das bugigangas da 25 de Marco mesmo nao sendo comum por aqui, e familia de marido veio comentar depois que a festa foi uma das mais divertidas que eles ja foram. Eu sabia, nao tem erro: combinar doses cavalares de bebidas + coisinhas que brilham/piscam/fazem barulho eh sempre receita de sucesso!

E pra terminar: seguindo a sugestao "brilhante" do fotografo, deixei meu anel de noivado em casa pras fotos ficarem mais bonitas so com a alianca de casamento. No dia seguinte, quando voltei pra casa, nao conseguia encontrar meu anel de novo, e passei o dia todo DESESPERADA revirando a casa, sem curtir nem um minuto da recente vida de casada...

Meninas, espero que agora estejam mais contentes com a minha descricao do casamento!

Beijos a todos,

Invejinha colorida.

Ja contei aqui que minha familia e familia do marido se deram super bem quando se conheceram. Um mes apos o casamento, a amizade entre as familias continua, e nao passa um dia sem eu ouvir meus pais me contando fofoca da familia do marido. Nao sei quem mandou um email com fotos do casamento. Tio nao-sei-que-la escreveu um email contando sobre a viagem pra nao sei onde.E todo mundo combinando as proximas ferias, visitas ao Brasil, etc, etc... Eu acho tudo muito bom, tudo muito bem, mas agora esta semana ja parou de ficar engracado.

Nao sei se ja mencionei, mas os irmaos Kinsella (na verdade toda a familia, a julgar pelo comportamento de alguns primos na festa do meu casamento, cof cof) tem uma certa fascinacao pelas mulheres brasileiras. Conheci marido na festa de aniversario do irmao dele, que namorava minha amiga brasileira. O irmao mais novo tambem estava la, com a namorada brasileira. Um mes depois disso, a namorada brasileira do irmao mais novo voltou para o Brasil. E a proxima namorada dele, adivinhem so: eh brasileira tambem!

Isso tudo so pra contar que irmao mais novo do marido decidiu passar as ferias de verao passeando pelo meu querido patropi, matando a saudade da namorada e aproveitando o inverno brasileiro, muitos graus mais quentinho que o verao irlandes aqui. E ele ficou tao amigo, mas tao amigooooo da minha familia, que a visita ao Brasil incluiu uma paradinha para visitar meus pais.. E o caso eh que ele foi la pra uma visitinha e ficou la por uma semana! Todo dia que ligo pra falar com a minha mae, sou obrigada a ouvir sobre churrascos, passeios, saraus musicais e almocinhos da mamae que o sr. meu cunhado esta desfrutando, enquanto eu estou aqui, so trabalho e fish n chips todo dia! Ja eh demais, ne? Nao tem nenhuma lei que estabeleca direitos sobre a casa dos pais, mesmo em terras estrangeiras? E essa historia de o que eh meu eh seu depois de casado tambem se estende a familia? Nao gostei.

Tambem quero ferias na casa dos meus pais. Tambem quero comer picanha, tomar sol na piscina e . Tambem querooooo! Inveja branca nem comeca a descrever o que estou sentindo por aqui. Inveja verde, amarela, inveja do arco-iris inteiro. No proximo casamento nao apresento ninguem e pronto ;)