REALIDADE INVENTADA

"Nao quero ter a terrivel limitacao de quem vive apenas do que e passivel de fazer sentido. Eu nao: eu quero uma realidade inventada."

Clarice Lispector




terça-feira, 8 de novembro de 2011

Because you're mine, I walk the line...

Estava hoje conversando com uma amiga no telefone, enquanto esperava o onibus que nao chegava nunca, quando o mocinho esperando do meu lado comecou a puxar papo. Perguntou de onde eu sou (ele achou que eu era espanhola, ele era obviamente irish), onde eu trabalho (descobrimos que somos vizinhos de predio de trabalho), blablabla sem objetivo, tipico de xavequinho. Detalhe importante, porem nao relevante na historia: o tal do moco era GATO, da raca mais charmosa de irlandes, olhos cinzas e sorriso de lado, a la Gerard Butler (que ok, eh escoces, mas faz o mesmo tipo).

Agora pra continuar a historia, preciso antes fazer um momento de confissao no blog (mae, nao olha agora): eu nem sempre fui assim um exemplo de boa conduta na minha vida. Dizem que geminianos sao um signo infiel por natureza, e eu nao fiz nada na minha vida pra contrariar a fama. E nao eh com orgulho que conto, mas trai todos, e eu digo T-O-D-O-S os meus namorados (quando falo todos parece muito, mas na verdade foram so tres).

As vezes por crises existenciais de gente jovem que nao sabe o que quer: uma vez trai o ex com o atual, depois mudei de ideia e trai o atual com o ex. As vezes por pura vaidade: o namoro estava em baixa, algum gatinho com otimo timing apareceu enchendo minha bola... Veja bem, nao estou aqui defendendo nem justificando o que fiz. Mas tambem nao vou negar, porque afinal de contas A VIDA EH MINHA, O POBREMA EH MEU, como ja disseram pessoas mais sabias. E no fim das contas, tudo bygones, ja que os namoros acabaram terminando de qualquer jeito.

Agora retomando a historia: Conhecendo meu passado negro, minha amiga, no telefone, nao perdeu tempo pra brincar comigo, falando pra eu parar de ser safada e ficar de conversa com o mocinho no ponto de onibus (o que percebam nao era muito culpa minha, nao eh como se eu pudesse sair andando e deixar o mocinho falando sozinho, porque ai perdia o onibus). Agora por favor surpreendam-se com a candura da minha resposta:

- Iiiiih, amiga, nao fala isso nem de brincadeira. Descobri que nasci pra ser fiel.

Sim, meus amigos. Venho aqui contar que eu conheci marido e vi a luz. Desde o primeiro dia juntos, ser fiel veio naturalmente, sem esforco nem premeditacao. Nao sei se eh a maturidade, ou se eh o amorrrrr que me fez assim, mas hoje cuspo pro alto sem medo que caia na testa: sou uma monogama convertida!

O mocinho do ponto de onibus ficou la, gatissimo (sou monogama, mas nao sou cega). Amigas solteiras interessadas, posso fornecer o endereco do referido ponto, pra voces engatarem uma conversa sobre o tempo e ver no que da. Porque pra mim, fica pra uma proxima encarnacao.

6 comentários:

  1. Só vc, Mil, vê se pode, confessar as coisas podres assim, on-line, pra todo mundo ver. Ainda bem que "marido" não entende português...
    Apesar que acho que ele iria gostar da constatação final!
    Beijos, saudades de vcs!!!

    ResponderExcluir
  2. ahuahuahuhua que bonitinha!!! O amor muda as pessoas :-)

    ResponderExcluir
  3. Que susto!
    Achei q vc fosse confessar uma traição online...ufa....hahahahaha

    A maturidade e o amor junto...

    ResponderExcluir
  4. hahah adorei. Queria ver a cara do seu hubby qdo der um google translator :) Vai ficar todo orgulhoso da mudanca que ele trouxe na sua vida

    ResponderExcluir
  5. Que mulher mais sincera! Meus cumprimentos.... ;)
    bjoca

    ResponderExcluir