REALIDADE INVENTADA

"Nao quero ter a terrivel limitacao de quem vive apenas do que e passivel de fazer sentido. Eu nao: eu quero uma realidade inventada."

Clarice Lispector




terça-feira, 18 de outubro de 2011

Causos da minha lua-de-mel...

De volta da versao Kinsella de visitar Paris: 20 minutos de passeio, pausa de 4 horas no cafe pra tomar vinho, provar queijos, pates e baguetes, e apreciar a cidade.. Turismo mesmo, neca. Claro, ainda fizemos algumas visitinhas obrigatorias: cafe na frente da torre Eiffel, cafe do lado do Louvre, cafes diversos em Montmartre, etc.. mas podem me chamar de filisteu, mas minha ideia de lua-de-mel perfeita nao inclui filas eternas para se espremer em frente de obras de arte tentando tirar uma foto.

Os dias foram tranquilos.. Ja a nossa primeira noite da lua-de-mel foi pra la de emocionante, e nao no sentido que se podia esperar. Dormindo o sono dos turistas (aqueles de pedra), quando as tres e meia da manha acordo com o coracao disparado, o mundo vindo abaixo, com o alarme de incendio do hotel disparado.

Agora a realizacao: se fosse um incendio de verdade, eu e marido seriamos so cinzas a essa altura. Primeiro porque deixamos o alarme tocar por meia hora antes de sair da cama, pra ver se nao era "pegadinha do Messieur Mallandro". Quando finalmente decidimos que estavamos praticamente pedindo pra virar churrasco, marido mostrou seu lado civiziliado se recusando a sair do quarto de pijamas, e la se foram outros 20 minutos ate ele se vestir, achar sapatos, passar gel no cabelo e se sentir bem vestido o suficiente pra fugir do fogo.

Quando finalmente saimos do quarto, quase uma hora depois do alarme comecar a soar, nos deparamos com um quadro que parecia saido diretamente do Zorra Total, ou outro desses programas de comedia bem chule: pessoas em pijamas, roupoes, e ate um cidadao so de Zorba branca, mulheres de maquiagem borrada, todo mundo se olhando com cara de constrangido, com medo de 1. o hotel estar mesmo pegando fogo e todo mundo morrer no meio de desconhecidos em Paris, de pijamas (e cuequinha branca), e 2. medo de ser so um alarme falso, e todo mundo estar vivo e tendo que se encarar no cafe da manha no dia seguinte, tentando ignorar o que os momentos constrangedores divididos na escada de incendio.

Como estou aqui escrevendo a historia, eh facil adivinhar qual das duas possibilidades se revelou verdadeira. So digo que, na manha seguinte, eu achei que era mais vantagem pro resto do meu orgulho pular o cafe da manha e ir direto pra parte onde passeamos pela cidade em meio a pessoas desconhecidas a quem eu nunca tive que ver em roupas intimas.

Pior parte da historia: eh tudo verdade. Ah, Paris, cidade-luz, dos poetas, dos amantes, e dos detectores de fumaca ultra-sensiveis...

4 comentários:

  1. Ri mto imaginando a cena...Sabe que eu tbm faco parte dessa de me trocar no meio do desespero p/ sair, parte do teto do apto aqui em Londres caiu dia desses e apesar do medo de cair na nossa cabeca eu ainda consegui colocar minhas roupinhas antes de sairmos de casa...rs loucura, mas sair de camisolinha nao da ne..rs
    Bjs

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  2. hahahahahaha... Mesmo já sabendo da estoria toda chorei de rir.
    bj

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  3. Essa foi uma das coisas mais engracadas que ja li, ahahahahh fiquei imaginando todo mundo de pijama andando pelo Hotel! Historia pra contar nessa lua de mel hein rs
    bjs

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  4. Amigaaa que aventuuuuuuura! hahahaha

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