REALIDADE INVENTADA

"Nao quero ter a terrivel limitacao de quem vive apenas do que e passivel de fazer sentido. Eu nao: eu quero uma realidade inventada."

Clarice Lispector




sábado, 21 de maio de 2011

Ficcao nada cientifica

Disparado meu maior passatempo sao os livros. Leio tres, quatro livros por semana, e compro novos na mesma velocidade. E vou por fases: livros cabeca, livros de mulherzinha, ficcao cientifica, thriller... Leio muita coisa boa, mas tambem muita bobagem, porque nao sou dessas pseudo-intelectual que acha que a cabeca tem que estar funcionando a todo vapor, 100% desafiada a todo momento... de vez em quando eh bom relaxar e ler so uma historia interessante, sem maiores pretensoes.

Minha fase atual eh James Patterson. Li o primeiro livro dele ha muitos anos atras, e adorei. O livro depois virou filme (no Brasil chama "Na teia da Aranha"), e depois outro livro dele tambem virou filme ("Beijos que matam). No seu estilo policial/terror piscologico, acabei entretida com a leitura, e guardei o nome. Quando cheguei aqui na Irlanda, descobri um milhao de livros dele que nunca tinha ouvido falar no Brasil. E comecei a ler varios deles.

Agora quero a opiniao de voces, porque eh assim: eu sei que ele nao eh um intelectual, que so escreve best-sellers comercial sem nenhuma pretensao, mas assim... ate onde vai a licenca poetica de um escritor (ou a ignorancia, no caso)? Olha so isso: Lendo um livro novo dele ontem, eis que a acao acontece no Rio de Janeiro, na final da copa do mundo. E a partir do momento em que o personagem chega ao Brasil, o livro passa a ser permeado por expressoes na lingua nativa, que segundo James Patterson, eh espanhol. O gerente do hotel Arturo Gonzalez leva o hospede ate a suite numero nueve, enquanto a misteriosa Angelita chama nosso heroi de guapo e se oferece para um tour.

Sei que eh um erro comum, e podia ate deixar passar (com uma risadinha de do da ignorancia alheia, mas deixava passar). So que a coisa piora um pouco: eis que o Brasil ganha a copa do mundo! E ai, a torcida vai a loucura.... depois de tres golos, os brasileiros entram em frenesi, saem pelas ruas dancando congas, abrem as gaiolas deixando os macacos livres e destampam as caixas de madeira libertando as cobras negras como parte da festanca. (oi????). Isso tudo acontece num calor "digno da selva", segundo o personagem do livro, que decide fugir da turbe selvagem, entrar no seu fusca e se refugiar no hotel.

Mas foi tanto estereotipo, tanta informacao errada, tanta BOBAGEM, que nao deu pra ignorar. Terminei de ler o livro, mas minha fase James Patterson passou... Tudo bem que ele escreve ficcao, nao tem compromisso com a realidade, mas entre fantasia e falta de informacao tem uma diferenca gigante, ne...

3 comentários:

  1. Oi Mi, quanto tempo!
    Eu tmb amo livros, e leio nessa velocidade, que nem você... Agora mesmo estou com um problema do tipo "tenho uns 30 livros empilhados no chão porque não tenho mais aonde guardar"...
    Mas... não conheço este autor que tu citou... mas né...depois do comentário, nem tive vontade de conhecer, rsrsrs...
    E o pior, é que acho que essa é a impressão que muita gente tem sobre o Brasil... Basta ver RIO... muita gente elogiou e tal, mas tem coisas ali que levam a alguns sérios questionamentos...
    Anyway... uma hora dessas vamos trocar figurinhas sobre livros??
    Beijo!

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  2. Quase me animei com o autor no começo do post. Mas tenho preguiça de gente com peguiça. Vai escrever um livro? Um mInimo de "pesquisa" (leia-se google) não mata, né?
    Bjs

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  3. Dai, quanto tempo mesmo! e ai, como estao os planos de viagem? Manda email quando der! Quero mto ver Rio, vc acha que vale a pena?

    Ni, pior eh eu gosto dele... tirando o fato de que ele (e mais o pessoal da correcao, edicao, e por ai vai) nao tem a menor ideia de nada, e eu me preparo mais pra entrevista de emprego que ele pra escrever livro, as historias sao boas ehheheeh

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